Carreira e família: equilíbrio e diálogo são fundamentais


Filha de comerciantes portugueses, a executiva Márcia Goraieb, de 49 anos, sempre foi incentivada pelos pais a construir uma carreira de sucesso. Nascida em Santos, no litoral paulista, mudou-se para Campinas para estudar Letras. O primeiro emprego foi como professora de inglês, mas uma oportunidade em uma companhia de tecnologia tornou-se o divisor de águas no campo profissional.
Apesar da rápida passagem pela empresa, o trabalho como braço direito de um dos diretores despertou o interesse pela área de marketing e estimulou a jovem a alçar voos mais altos, começando pela especialização na área.
O casamento, aos 22 anos, foi outro passo importante na vida da executiva. Da união, nasceram três filhos. Segundo ela, a ascensão na carreira só foi possível graças ao apoio da família. “Para crescer é importante ter suporte familiar. No início, fui incentivada pelos meus pais, mas a ajuda do meu esposo foi o pilar fundamental em todos os passos da minha vida profissional. É muito importante ter um parceiro que escolhe junto com você”.
A virada na carreira veio com a proposta para trabalhar em uma multinacional de telecomunicações, onde foi contratada para ajudar a consolidar a área de comunicação e marketing. Em pouco tempo, foi convidada para um job rotation na sede da companhia, na Suécia. “Foi um período rico de trabalho e de aprendizado intenso”, lembra a executiva. “Meus filhos eram pequenos e precisei ficar distante. Na época, as limitações de tecnologia só aumentavam a falta que sentia da família”.
Desde o início da carreira, Márcia se dividiu entre a capital paulista e Valinhos, residência da família no interior de São Paulo. A decisão de manter endereço oficial em outra cidade foi tomada para preservar os negócios do esposo, que atua na região. Para a executiva, é possível equalizar as carreiras quando há diálogo e parceria entre o casal. “Tudo é questão de equilíbrio”, reforça.
Um novo desafio
Mesmo com uma carreira já consolidada, a executiva resolveu encarar um novo desafio: assumir a gestão de toda a comunicação e responsabilidade corporativa da farmacêutica francesa Sanofi. Novamente, o apoio da família teve papel importante na decisão. “Não foi uma escolha simples, mas precisamos estar abertos a mudanças. Mais uma vez, contei com o apoio incondicional do meu esposo e dos meus filhos.”
Com o novo trabalho, a executiva decidiu inverter sua rotina e morar em São Paulo, voltando para a casa no interior aos finais de semana. “A tecnologia que tenho às mãos hoje me permite ir muito mais longe do que o que eu tinha no início da minha carreira. As distâncias podem ser encurtadas com poucos cliques. Posso estar mais presente do que antes, mesmo morando durante a semana em outra cidade.”
Além do incentivo que recebeu da família, a flexibilidade que a empresa ofereceu também foi fundamental para que a executiva pudesse manter o balanço entre carreira e vida pessoal. A Sanofi conta com 5 mil colaboradores no Brasil, dos quais 46% é composto pelo público feminino. Nesse contexto, o equilíbrio de gênero e diversidade é uma prioridade para a empresa em gestão de pessoas. Ações como política de home office, horários flexíveis e a ampliação da licença-maternidade são exemplos desse compromisso.
Um resultado desse movimento pode ser observado pelo aumento da presença feminina em posições de liderança dentro da companhia. No comitê com reporte ao diretor-geral, do qual a executiva faz parte, o percentual de mulheres já chega a 48%.
“As empresas têm papel essencial nesse processo. Um ambiente que proporcione integração entre os diferentes papéis que temos que exercer é a chave para quem busca crescimento. E eu encontrei essa oportunidade na Sanofi”, finaliza.