Relatório traz novos dados sobre percepção dos direitos humanos e desigualdade de gênero no Brasil
Nova pesquisa Ipsos/ONU Mulheres mostra a percepção da população brasileira sobre direitos humanos e igualdade de gênero. Com um ligeiro aumento no entendimento dos direitos humanos, os resultados revelam uma forte aceitação, alcançando 87% de respostas positivas. Contudo, por trás desse aparente consenso, há desafios importantes. Apesar da maioria ainda apoiar a equidade de gênero, foi observado uma redução no respaldo a causas femininas, principalmente entre pessoas de baixa renda e faixa etária avançada.
O levantamento, realizado via telefone com 1.200 pessoas em diferentes regiões do Brasil, destaca ainda percepções sobre responsabilidades institucionais, evidenciando lacunas no entendimento do papel do setor privado. Em meio a essas complexidades, surge uma mensagem clara: há um caminho a percorrer para consolidar uma compreensão plena e equitativa dos direitos humanos, um desafio fundamental para a construção de uma sociedade mais justa.
Confira a seguir os principais resultados da pesquisa “Percepção Social sobre Direitos Humanos e sobre Mulheres Defensoras de Direitos Humanos”:
Conhecimento sobre Direitos Humanos
- Aumento de 7% para 8% no conhecimento sobre direitos humanos;
- Redução de 19% para 16% na declaração de conhecer “nada ou quase nada” sobre direitos humanos.
Favorabilidade aos Direitos Humanos
- 87% de respostas favoráveis aos direitos humanos;
- Crescimento na favorabilidade após exposição às informações.
Significado de direitos humanos
- Expansão da compreensão, incluindo direito de ir e vir (18%) e respeito a direitos de todas as pessoas (41%).
Percepção negativa sobre direitos humanos
- Diminuição de 5 pontos percentuais na associação entre direitos humanos e “proteção a bandidos” (32% para 27%).
Responsabilidade pela garantia dos direitos humanos
- Maioria aponta as Nações Unidas como instituição garantidora, seguida por ONGs e Movimentos Sociais;
- Setor privado é percebido como menos responsável.
Igualdade de gênero
- Redução no apoio ao protagonismo feminino, feminismo e direitos iguais para casais homossexuais;
- 51% não acreditam em igualdade de oportunidades para mulheres brancas e negras.
Desafios para defensoras de direitos humanos
- Constante favorabilidade (72% para 75%), mas redução de concordância sobre o papel das mulheres na luta pelos direitos humanos;
- Aumento na percepção de intolerância entre as mulheres que defendem direitos humanos.
Conhecimento e gravidade de problemas sociais
- Aumento no conhecimento sobre temas como misoginia (de 40% para 48%), xenofobia (71% para 76%) e discurso de ódio (78% para 84%);
- Racismo é o tema com maior conhecimento e atribuição de gravidade (91%).
Tabu em discutir direitos humanos
- Apesar do aumento na favorabilidade, existe relutância em discutir publicamente sobre direitos humanos, indicando a necessidade de mais informação e educação sobre o tema.
Leia o relatório completo em https://bit.ly/3SwJhF0
Com informações da ONU Mulheres
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