Programa incentiva equidade de gênero e raça nas empresas
Na terça-feira (24/11), 68 empresas que adotaram práticas de igualdade de gênero e raça receberam o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, em Brasília (DF). A iniciativa encerra a 5º edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça – iniciativa do governo federal, coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ONU Mulheres e Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O Programa é voltado a empresas de médio e grande porte, públicas e privadas, e incide na gestão de pessoas e na cultura organizacional, com objetivo de alcançar a igualdade entre mulheres e homens no mundo do trabalho. A adesão ao programa é voluntária.
As inscrições para a 6ª edição do Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça já estão abertas. Simone Schaffer, Coordenadora do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, afirma que o objetivo dessa sexta edição é ampliar a participação de empresas públicas e privadas, nas mais diferentes áreas de atuação, dando ênfase às empresas não tradicionalmente femininas.
O Movimento Mulher 360 conversou com Simone sobre os avanços e destaques do Programa. Confira:
Movimento Mulher 360: Em dez anos de Programa, quais são os maiores destaques em relação aos avanços no assunto igualdade de gênero e raça nas empresas e na vida dos colaboradores?
Simone: Um dos maiores destaques do Programa são as ações estruturantes, pois elas configuram uma nova formatação da cultura organizacional. Elas estabelecem um novo paradigma de gestão de pessoas na empresa: pesquisas e análises de dados sobre possíveis dificuldades enfrentadas por mulheres na ascensão e promoção de cargos e carreiras na empresa geram instrumento para que sejam desenvolvidas ações visando a modificação desse quadro. Nas ações na dimensão de benefício, a ampliação da licença paternidade incentiva o compartilhamento das tarefas de cuidado e a paternidade responsável. A maioria das organizações participantes do Programa já adotaram a licença maternidade de 180 dias. Outro exemplo, é a adoção de critérios relacionados a gênero e raça nos editais de contratação.
MM360: Qual é o maior fator de sucesso para o Programa existir durante tanto tempo?
Simone: Ao participarem do Programa, as empresas percebem que estas mudanças são possíveis e benéficas para o ambiente organizacional da empresa. Estas mudanças afetam positivamente a produtividade dos seus funcionários e funcionárias, tornando o ambiente mais inclusivo e produtivo.
MM360: Quais são os desafios mais comuns relatados pelas empresas e organizações que participam do Programa?
Simone: As ações estruturantes necessitam de aprovação de vários departamentos da empresa. Neste sentido, o envolvimento da alta direção é fundamental para a celeridade do processo.
MM360: É feito um acompanhamento das empresas que passaram nas outras edições do Programa? Se sim, de que forma acontece?
Simone: Existe uma orientação para que as ações de capacitação sejam realizadas periodicamente, gerando, assim, mudanças de comportamento permanentes em relação a gênero e raça de funcionárias e funcionários da empresa. Ao participar da edição seguinte, a empresa apresenta novas ações que serão desenvolvidas, dando sequência às ações apresentadas anteriormente. Da mesma forma, orienta-se que, a cada nova edição, as empresas já participantes do Programa desenvolvam ações mais estruturantes.
MM360: Por que participar mais de uma vez do Programa?
Simone: O selo é uma certificação com valor permanente, e é concedido pelas ações desenvolvidas na edição. Portanto, ele é referente ao período e ao Plano de Ação desenvolvido na edição. O Selo não tem prazo de validade, mas ele tem edição específica. Além disso, a participação continuada possibilita o encadeamento de práticas de combate às desigualdades de gênero e raça. O ciclo atual é de dois anos.