Negros e mulheres ocupam menos de 20% dos cargos altos das empresas


De acordo com estudo divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Instituto Ethos, apenas 4,7 % dos cargos executivos das 500 maiores empresas brasileiras são ocupados por negros. Outro dado de destaque: as mulheres também são minoria, com somente 13,6% dos postos mais altos.
Os números fazem parte do Perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas, estudo divulgado em maio deste ano. Ele mostra desigualdades em sua composição social, racial e de gênero, além das principais políticas empreendidas por estas empresas para a inclusão de afrodescendentes, mulheres, pessoas com deficiência, público LGBT, entre outros.
O estudo é uma copublicação do BID e do Instituto Ethos, em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) da Prefeitura de São Paulo, OIT Brasil, FGV-EAESP/SP, IPEA e ONU Mulheres.
Destaques
A pesquisa constatou que a grande maioria das empresas não tem ações para incentivar a presença de afrodescendentes e de mulheres. Ao todo, das 500 companhias estudadas, 3,9% têm alguma forma de ação afirmativa para aumentar a presença de afrodescendentes e 11% contam com este tipo de política para aumentar a presença feminina.
O material mostra que a proporção de afrodescendentes no mercado de trabalho como um todo também é muito inferior à de brancos. No quadro funcional, categoria superior apenas à de estagiários e trainees, o número de brancos é quase o dobro (62,8% de brancos e 35,7% de afrodescendentes). Em cargos de supervisão, os brancos são 72,2%, contra 25,9% de afrodescendentes. Em cargos de gerência, os negros são apenas 6,3% ante 90,1% de brancos; no quadro executivo, são 4,7%, comparados com 94,2% de brancos; e nos conselhos de administração, 4,9%, contra 95,1% de brancos.
De acordo com o estudo, as mulheres também são subrepresentadas no ambiente de trabalho. No quadro funcional, o número de homens é quase o dobro do de mulheres (65,5% de homens e 35,5% de mulheres). A tendência se intensifica nos cargos mais altos. Em cargos de gerência, a proporção de homens é quase o dobro em relação à de mulheres (68,7% comparados com 31,3%); no quadro executivo, a proporção de homens é seis vezes maior que a de mulher (86,4% de homens, comparado com 13,6% de mulheres); e nos conselhos de administração, é oito vezes maior (89% comparados com 11%).
Com informações do BID e do portal EXAME.