Pesquisas mostram que homens são considerados bons chefes; já mulheres devem provar que são
Embora algumas mulheres tenham conseguido quebrar o telhado de vidro, muitas ainda sofrem com o estereótipo de “sexo frágil” e, por isso, seriam consideradas menos aptas para cargos de liderança do que os homens. Esse foi o início do artigo de Rebecca Adams, para o The Huffington Post. Aqui, ela diz que essa afirmativa foi resumida pela pesquisadora Virginia E. Schein, em 1973, que revelou que, quando as pessoas pensam em gerente, elas pensam em homens.
Virginia explica que, em virtude do gênero, as mulheres são vistas como menos competentes do que seus colegas o sexo masculino, o que pode fazer com que sejam consideradas inaptas para posições de chefia. Em outro estudo, mais recente, pesquisadores da Universidade da Polícia Alemã buscaram comprovar a intensidade do viés e se as pessoas realmente consideravam as mulheres muito emotivas para serem boas líderes.
Sobre emoções
No estudo, os pesquisadores entrevistaram 1.089 homens e mulheres no mercado de trabalho. Esse grupo recebeu uma lista de 17 emoções usadas no passado para estudar gerentes dos dois sexos e o estereótipo de gênero de emoções.
Como retorno, os entrevistados responderam perguntas relativas a apenas um grupo alvo e classificaram o quão frequentemente essas emoções apareciam naquele grupo, em uma escala de 1 a 5.
A partir disso, os pesquisadores descobriram efeitos muito claros de estereótipos de gênero. Segundo eles, tanto homens quanto mulheres tendem a acreditar que as mulheres não têm qualidades emocionais consideradas essenciais para uma boa liderança. De acordo com o estudo, em geral, as mulheres foram vistas como pessoas com quatro emoções associadas à má liderança – medo, culpa, vergonha e tristeza. Apesar disso, na pesquisa, quando as mulheres eram classificadas como gerentes, as pessoas atribuíram menos emoções desse tipo a elas.
Já os homens foram descritos como tendo qualidades emocionais de fortes líderes, independentemente de qualquer coisa. A conclusão é a de que os homens são considerados bons gerentes, enquanto as mulheres ainda devem provar que são boas gerentes.
Os resultados do estudo sugerem que tachar mulheres como um “poço de emoções” pode não ser tão benigno. De acordo com os pesquisadores, “esses estereótipos são uma forte barreira para o desenvolvimento da carreira da mulher” e “podem resultar em preconceito e depreciação de seu desempenho no trabalho”.
Alguns números que Rebecca destacou em seu artigo:
– Embora as mulheres respondam por 60% dos diplomas de bacharelado e mestrado, representam apenas 14,6% dos cargos executivos;
– Mulheres ganham o equivalente a 8,1% dos maiores salários, ocupam 16,9% dos assentos nos conselhos de administração das empresas que fazem parte da lista das 500 maiores da revista Fortune, e 4,6% dos cargos de presidente deste ranking.
Fonte: Huffpost Brasil