Empresas acolhem mães e pais e criam ambiente mais igualitário
Conteúdo criado pelo Catraquinha em parceria com o Movimento Mulher 360
Após um passeio na praia com seu filho Gustavo, que tem apenas dez meses, Bárbara Galvão retorna às suas obrigações de trabalho. Ela aproveitou o feriado de 7 de setembro para visitar sua família em Santa Catarina, e passar o resto da semana por lá, quinta e sexta-feira. Trabalhando de casa, ela pode organizar seu tempo entre os parentes, seu bebê e as demandas de trabalho da maneira que for mais adequada para ela. Bárbara não é uma mãe empreendedora, ela tem um emprego fixo, regime CLT, e na empresa onde é funcionária, ela e seus colegas trabalham de forma muito autônoma.
A maternidade é uma experiência transformadora, e nem sempre a volta ao mercado de trabalho é tranquila. Pode até acontecer de aquelas antigas funções deixarem de fazer sentido para as novas mães, ou então conciliar a jornada de trabalho e de cuidados com as crianças se tornar uma tarefa muito complicada.
Por isso, grandes empresas, conectadas pelo Movimento Mulher 360, lançam um olhar mais cuidadoso para a mulher no mercado de trabalho e encabeçam o movimento, que defende a valorização dessas profissionais e a equidade de gênero. A ideia é que as empresas associadas invistam em boas práticas para alcançar esses objetivos e troquem experiências entre si.
Bárbara, que é psicóloga e tem pesquisa com o tema ”A criança pequena, seu cuidado e educação em discursos de homens-pais”, foi convidada para trabalhar na Unilever, companhia multinacional , que integra o movimento, justamente para desenvolver políticas e programas que contribuíssem com a igualdade de gênero dentro da organização.
“Tem várias pesquisas que mostram que as mulheres abandonam o mercado quando o filho nasce. Queremos que essas profissionais fiquem. Quanto mais a gente desenvolver isso, mais igualitário fica o ambiente. Isso tudo está ligado ao negócio. Não é só por que a empresa é boazinha” explica Barbara.
O berçário é aberto para filhos de funcionários homens e mulheres. Isso porque a empresa quer quebrar o estereótipo de que “só as mães são responsáveis pelos cuidados dos filhos”. “A equidade só vai funcionar quando os homens e mulheres tiverem os mesmos direitos, na Unilever e em casa”, explica ela.
A empresa acaba de lançar um novo programa de licença-parental flexibilizada. Os funcionários podem estender as licenças de 15 dias para os homens e 60 dias para mulheres. Os trabalhadores podem gozar do benefício assim que o bebe nascer ou em outro período dentro do primeiro ano do bebê. A política também é válida para os pais adotivos, casais homoafetivos ou monoparentais.
“A licença dos homens ainda não tem seis meses. Esse é o começo de uma ruptura. E com o tempo vamos mexendo”, comenta Bárbara, apontando futuros desafios da empresa.
Há diversas oportunidades e caminhos para as empresas contribuírem para a criação de um ambiente mais igualitário ao mesmo tempo em que retém e valorizam seus colaboradores. O Itaú, por exemplo, outra participante do Movimento Mulher 360, criou uma série de programas com foco no empoderamento da mulher.
Em 2015, a organização lançou uma política de acolhimento das mães e gestantes que garante às funcionárias uma série de medidas, como impedimento de viagens a partir do sexto mês de gestação, a redução da carga horária e redução de metas no primeiro mês após o retorno da licença.
Outro exemplo é o da Natura, do setor de cosméticos. Visando contribuir para a equidade de gênero, a empresa implementou uma licença paternidade de 40 dias após o nascimento do bebê. Além da licença em si, os pais também são convidados a participar do curso para gestantes que a empresa oferece.
A igualdade de gênero no mercado de trabalho passa pela quebra de paradigmas e estereótipos de gênero, por ambientes de trabalho mais acolhedores às famílias e à maternidade, e que valorizem e entendam a importância dessa transformação para os negócios e para a sociedade. Embora existam muitos desafios para alcançar essa transformação, é possível, e essas grandes empresas, como Unilever, Natura e Itaú, líderes do mercado em seus segmentos, estão cumprindo essa missão, acolhendo mães e pais e quebrando paradigmas.
Catraquinha e Movimento Mulher 360
O Catraquinha e o Movimento Mulher 360 defendem um mundo no qual as mães, enquanto mulheres com suas múltiplas dimensões, sejam acolhidas, respeitadas e valorizadas nos ambientes públicos e privados, e possam trabalhar e cuidar de seus filhos sem sofrerem discriminação. Com essa parceria, vamos produzir conteúdos exclusivos trazendo histórias de iniciativas de empresas que estão dando certo e que contribuem para alcançarmos essa transformação. Queremos inspirar líderes empresariais, gestores, formuladores de políticas públicas, homens e mulheres a construírem um mundo mais igualitário e sem disparidades de gênero.