ONU Mulheres lança cartilha para promover a inclusão de mulheres refugiadas e migrantes em ações voltadas para equidade de gênero
Mulheres refugiadas enfrentam maior dificuldade em inserção no mercado de trabalho do que homens, segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU). Enquanto 96% deles têm acesso à reintegração socioeconômica, esse índice cai para 76% no que diz respeito a elas. O mesmo se percebe nas taxas de desemprego: enquanto a taxa geral é de 11%, no recorte de gênero, percebe-se que ela é de 17,7% entre as mulheres contra apenas 6,4% entre os homens.
Com objetivo de chamar a atenção para as necessidades específicas e a diversidade feminina em respostas a emergências humanitárias, em especial ligadas ao empoderamento econômico, a ONU Mulheres conjuntamente com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo, lançaram a cartilha Transversalização de gênero: uma questão de direitos humanos.
A publicação destaca a importância da integração da questão de gênero nas diferentes áreas e setores da sociedade, além de apontar brevemente de que maneira todos os agentes podem realizar abordagens que alcancem a transversalização. O material também descreve conceitos importantes para se trabalhar com essa temática e elenca pontos de atenção para a implementação de ações em prol da igualdade de gênero.
“Quando transversalizamos gênero em todas as áreas e setores, potencializamos as mudanças sociais e pavimentamos o caminho por relações mais justas, solidárias e igualitárias entre todas e todos”, afirma o documento.
Transversalização de gênero na prática
Algumas vezes, as desigualdades entre os gêneros são mais visíveis. Em outras, no entanto, podem ser menos óbvias e até mesmo ocultas. As vantagens de se criar mecanismos para garantir que as interseccionalidades sejam respeitadas e levadas em consideração para promover oportunidades justas para todas as mulheres em projetos, programas e políticas públicas, segundo a cartilha da ONU, são:
- Ampliam o alcance das análises e dos investimentos: os diagnósticos estarão mais próximos de perceber o contexto e de medir se o projeto está impactando determinada população proporcionalmente.
- Fornecem subsídios à democratização de acesso e participação igualitária entre meninas, mulheres, meninos e homens em diferentes contextos.
- Contribuem para o desenvolvimento local e para a prevenção, a mitigação e a resposta à violação de direitos humanos.
- Diversificam e enriquecem os espaços de convívio, com consequências que superam as ações locais.
Confira na íntegra a publicação Transversalização de gênero: uma questão de direitos humanos e faça o download em https://bit.ly/3BH7rVy.
Conheça o Programa Moverse – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil
Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto Moverse – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil, com duração até dezembro de 2023, tem como objetivo garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes.
Para alcançar essa meta, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. A terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero.
Com informações da ONU Mulheres
Saiba mais: Projeto busca empoderar economicamente mulheres refugiadas no Brasil e
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