Evento incentiva empresas a aderirem ao programa Pró-Equidade de Gênero e Raça
Na segunda-feira (17/08), Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), uma das entidades que apoiam o Movimento Mulher 360, apresentou a 6ª Edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça para empresas interessadas em aderir ao programa. O evento aconteceu na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.
Além de divulgar a importância de ações de promoção da equidade de gênero e raça no mundo do trabalho, o objetivo foi incentivar novas organizações a participarem do programa. Entre as 65 empresas presentes no evento, 57 ainda não participam do programa.
“Elas ganham 73% do salário dos homens”, disse a Ministra sobre a diferença salarial entre homens e mulheres. De acordo com ela, o programa tem como base a quebra da desigualdade de gênero e raça, rompendo com a discriminação e criando boas práticas. “Isto é o que impulsiona cada vez mais as empresas a participarem desse programa. Trabalho igual, salário igual. Conseguir o selo tem mudado o cotidiano dentro das empresas”, afirmou.
Os dados das empresas são confidenciais e a SPM promove oficinas durante o programa para que elas possam trocar experiências. Menicucci destacou que o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça é muito bem monitorado. “São políticas públicas para mudança de comportamento, que vão transformando a sociedade, e é assim que se cria uma nova cultura de ascensão das mulheres na carreira.”
Durante o evento, seis empresários apresentaram o painel Boas Práticas com Empresas. Eles tiraram dúvidas dos participantes, destacaram que os espaços que foram conquistados pelas mulheres nas empresas são por capacidade e mérito, e reconheceram que o programa incentiva as empresas em ações de diversidade e inclusão de gênero e raça.
Para a Ministra, é preciso agir para evitar desigualdades em altos cargos. “Se não houver estímulos, não haverá mudanças.” O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco José Pontes Ibiapina, falou que as convenções e os acordos de trabalho estão prevendo maior presença das mulheres, sem discriminação de gênero e raça.
Engajamento
Hildelene Bahia, da Transpetro, é a primeira comandante da Marinha Mercante brasileira e capitã de longo curso (pode comandar navios em águas internacionais). Ela ingressou na primeira turma de mulheres da corporação. Em 2009, recebeu o convite para ser comandante. A empresa, naquela época, já estava no Pró-Equidade. “É importante a adesão de novas empresas ao programa”, destacou.
Cristiane de Melo, engenheira hidróloga da CPRM (Serviço Geológico do Brasil), é engenheira civil e mestre em recursos hídricos. Ela foi a primeira engenheira da empresa no Recife (PE). “Acreditem nas políticas públicas. Não adianta só lutar e só as empresas terem vontade de mudar. Precisa também de políticas públicas, como este programa”, salientou.
Foto: Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM