Fundos geridos por mulheres rendem mais do que os de gestores homens
Estudo feito pelo Goldman Sachs, nos Estados Unidos, aponta que as mulheres estão se saindo melhor que os homens no mercado financeiro.
Dos quase 500 fundos multimercados dos EUA acompanhados pelo banco, os com pelo menos um terço dos cargos de gestão ocupados por elas saíram-se melhor durante esse momento de pandemia. Em média, tiveram 1 ponto percentual a mais de retorno do que aqueles sem mulheres no quadro, considerando o período de janeiro a 26 de agosto de 2020.
Isso se dá porque os fundos geridos por elas compraram mais ações de empresas de tecnologia, que acabaram se recuperando mais rápido do baque que o mercado sofreu com a crise do coronavírus.
Outro dado que o levantamento traz é de que, em geral, 43% dos fundos administrados por mulheres se saíram melhor do que os índices de referência este ano, comparado a 41% dos que têm gestão apenas masculina.
Vale destacar, também, que 77% dos fundos analisados são comandados apenas por homens. Apenas 63 (o que representa 13% do total) são considerados administrados realmente por elas, sendo que apenas 14 contam com a gestão totalmente feminina. O restante conta com mulheres na composição da equipe.
“O resultado de uma maior participação feminina foi quantificado no rendimento dos fundos pesquisados pelo Goldman Sachs. No caso do mercado brasileiro de ações, fica mais difícil de dizer, dada a baixa presença de mulheres no comando das companhias listadas em Bolsa”, escreve o jornalista, empreendedor e fundador do site Monitor de Mercado, Marcos de Vasconcellos, em artigo publicado pela Folha de S. Paulo.
“Como mudar o cenário e, futuramente, ter mais fundos também geridos por mulheres, passa por simplesmente conversar mais sobre o assunto, de modo a aumentar a familiaridade com o tema, desmistificando termos e siglas”, complementa.
De fato, no Brasil, a presença feminina entre os investidores na Bolsa ainda é pequena. Apesar do número de investidores na Bolsa ter saltado em dois anos de 633 mil para 2,1 milhões, o percentual de participação feminina praticamente não alterou, indo de 22% para 24%.
Com informações do Valor Investe.