ONU afirma que a maioria dos países não alcançou igualdade de gênero no acesso à educação
“Educar uma menina educa uma nação. Ela desencadeia um efeito cascata que muda o mundo para melhor”, diz Irina Bokova, diretora-geral da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e Comunicação (UNESCO), em um comunicado à imprensa sobre o Relatório Educação Para Todos (2000-2015), publicado em outubro. O documento foi feito pela UNESCO e a Iniciativa das Nações Unidas pela Educação de Meninas.
Irina destaca que a comunidade internacional concordou recentemente sobre uma ambiciosa agenda para alcançar um futuro sustentável. “O sucesso nessa empreitada simplesmente não é possível sem meninas, jovens mulheres e mães educadas e capacitadas”, completa.
Segundo o relatório, menos da metade dos países chegaram à igualdade de gênero na educação primária e secundária até 2005 – prazo determinado pela comunidade internacional em uma reunião em Dacar, Senegal. A análise revelou que as meninas continuam enfrentando desafios no acesso à escola primária. Quase 15 milhões delas nunca entraram em uma sala de aula, enquanto este número se reduz a um terço quando se trata de meninos.
Boas notícias e caminhos
Apesar dos pontos negativos do panorama, o relatório destaca que, embora a meta de igualdade de gênero não tenha sido cumprida por todos, o progresso alcançado até agora é o maior na história da educação. De 2000 pra cá, o número de países que alcançou a meta de igualdade de gênero no ensino primário e secundário aumentou de 36 para 62. No últimos 15 anos, apesar de 62 milhões de meninas terem o acesso à educação negado, o número de meninas fora da escola diminuiu em 52 milhões.
O relatório afirma que as lacunas da disparidade de gênero da alfabetização de jovens estão diminuindo gradualmente. Menos de sete em cada 10 mulheres jovens na África Subsariana são esperadas para serem alfabetizadas em 2015.
Para reduzir a desigualdade de gênero, o relatório afirmou a importância da inclusão das questões de gênero em todos os aspectos da política e do planejamento na sociedade. Para que isso possa acontecer, ele apontou que é preciso que aconteçam mudanças no âmbito legislativo, político e de moiblização comunitária.
O documento apela também para os governos, organizações internacionais e os profissionais da educação para que trabalhem em conjunto para combater a violência de gênero nas escolas. Segundo o estudo, os governos devem treinar e apoiar os professores efetivamente para abordar a desigualdade de gênero.
Fonte: ONU