Brasil sobe em ranking de igualdade de gêneros, diz Fórum Econômico Mundial

30 junho 2023
Foto de um grupo diverso de pessoas em um escritório. Há duas mulheres sentadas enquanto outra está em pé ao lado delas, mais atrás estão dois homens.

O Brasil subiu no ranking dos países com melhor paridade entre os gêneros, indo da 94ª posição em 2022 para a de 57ª, segundo o novo relatório Global Gender Gap, divulgado no último dia 21 junho pelo Fórum Econômico Mundial. Na escala de 0 a 1 usada pelo estudo, o índice brasileiro está com 0,726 ponto, sendo que 1 significa nenhuma diferença entre homens e mulheres. No ano passado, o país tinha 0,696 ponto.

O índice geral é uma média simples entre quatro critérios que comparam as diferenças entre os gêneros: participação e oportunidades econômicas (0,670), oportunidade educacionais (0,992), acesso à saúde (0,980) e empoderamento político (0,263). No caso do Brasil, há pouca disparidade nos dois últimos quesitos e com um recorte está, inclusive, ao lado de 25 outras nações. No entanto, é a participação econômica feminina que tem o maior peso na avaliação e faz com que o país deixe a desejar.

No ranking de 146 países, o Brasil vem logo atrás de Croácia e Bolívia e à frente de Panamá e Bangladesh. Os primeiros são Islândia (0,912 pontos), Noruega (0,879) e Finlândia (0,863). O último é o Afeganistão, com 0,405 pontos, bem abaixo do penúltimo colocado.

Além de listar os países nesses critérios, o relatório também calcula a média de tempo que levará para a disparidade de gêneros sumir do planeta. Se as nações continuarem no ritmo atual, o ano estimado para isso é 2.154. Com relação ao estudo do ano passado, diminuiu apenas um ano. Ou seja, a paridade de gênero avança a passos lentos. Entre 2022 e 2023, ela melhorou apenas 0,3% globalmente. Desde o primeiro relatório, em 2006, ela avançou 4,1%.

Mesmo assim, há um avanço em relação aos anos da pandemia. Segundo o relatório, a paridade retornou só agora aos níveis pré-Covid-19.

Eliminação da desigualdade de gênero: Progressos e lacunas em diferentes regiões

Segundo o documento, “o progresso geral em 2023 se deve, em parte, à melhoria da eliminação da diferença de nível educacional, sendo que 117 dos 146 países indexados já eliminaram pelo menos 95% dessa diferença. Enquanto isso, a diferença de participação e oportunidade econômica foi eliminada em 60,1% e a diferença de empoderamento político em apenas 22,1%.”

“Embora tenha havido sinais encorajadores de recuperação para os níveis pré-pandêmicos, as mulheres continuam a suportar o peso da atual crise de custo de vida e das interrupções no mercado de trabalho”, disse Saadia Zahidi, diretora-executiva do Fórum Econômico Mundial. “Uma recuperação econômica requer todo o poder da criatividade e da diversidade de ideias e habilidades. Não podemos nos dar ao luxo de perder o ritmo da participação econômica e das oportunidades para as mulheres.”

Em relação a regiões, a América Latina e o Caribe aparecem como tendo superado 74,3% de sua desigualdade geral de gênero, registrando um aumento de 1,7 ponto percentual na paridade geral de gênero desde o ano passado. Em primeiro lugar ficam a Europa (76,3%) e depois a América do Norte (75%). O Oriente Médio e o Norte da África continuam sendo a região mais distante da paridade, com 62,6% da desigualdade de gênero eliminada.

Global Gender Gap Report traz recomendações para fechar a lacuna de gênero

O Global Gender Gap Report 2023 destaca o aumento da participação econômica das mulheres e a conquista da paridade de gênero na liderança, tanto nos negócios quanto no governo, como estratégias principais para lidar com as lacunas de gênero nas famílias, sociedade e economias. A ação coletiva, coordenada e ousada da liderança dos setores público e privado será fundamental para acelerar o progresso na paridade de gênero e estimular o crescimento renovado e maior resiliência.

Avançar no fechamento da lacuna de gênero é crucial para garantir um crescimento econômico inclusivo e sustentável. Em nível de organização individual, a estratégia de gênero é vista como essencial para atrair os melhores talentos e garantir desempenho econômico, resiliência e sobrevivência de longo prazo. As evidências indicam que diversos grupos de líderes tomam decisões mais baseadas em fatos que resultam em resultados de maior qualidade. Em nível econômico, a paridade de gênero foi reconhecida como crítica para a estabilidade financeira e o desempenho econômico.

Para conferir o Global Gender Gap Report 2023 na íntegra, acesse https://bit.ly/4416JP0.

Com informações de assessoria de imprensa e Folha de S. Paulo

Leia também: Desigualdade de gênero só acabará em 132 anos, segundo o Fórum Econômico Mundial e Atração, Desenvolvimento e Promoção de Lideranças Femininas

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