Filhos de mães que trabalham podem ter maior probabilidade de só estudarem
Nas últimas décadas, a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou consideravelmente. Enquanto isso, a proporção de jovens que só trabalham caiu e a dos que só estudam aumentou. A novidade é que, de acordo com artigo desenvolvido pelo Centro de Políticas Públicas do Insper, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), os dois fatos parecem estar interligados.
Isso porque a renda extra proporcionada pelo fato de a mãe estar inserida no mercado de trabalho permite que mais recursos da família sejam utilizados para a educação dos filhos, por exemplo. Isso acontece não apenas porque a renda familiar total aumenta, mas porque a mulher passa a ter seu poder de barganha fortalecido na família, o que, segundo estudos, beneficia o investimento em educação dos filhos.
Essa tendência foi identificada em uma simulação realizada com os dados do PNAD, de 1992 a 2013, para avaliar como a renda média do trabalho dos pais afetava a situação de atividade dos filhos jovens entre: se eles só estudam, se só trabalham, se estudam e trabalham ou se nem estudam nem trabalham.
De acordo com a simulação, para uma mesma variação de R$600 a R$1600, a renda da mãe aumenta a probabilidade de o jovem só estudar em 4,9% enquanto a renda do pai aumenta em 2,7%. Isso leva a crer que buscar um empoderamento da mulher dentro do domicílio pode ajudar a alterar a situação de atividade dos jovens de forma a que eles dediquem mais tempo para os estudos.
Segundo a conclusão da pesquisa, políticas que se preocupem com a busca por um mercado de trabalho mais igualitário em relação às oportunidades e salários podem influenciar não só a vida das próprias mulheres, mas também a de seus filhos e a sua opção por estudo.
Fonte: Blog do Centro de Políticas Públicas | Insper