Estudo mostra desigualdades e semelhanças entre mulheres e homens no Brasil
A renda média das mulheres é um terço menor do que a dos homens no Brasil. Esse é um dos dados do relatório Desenvolvimento Humano para Além das Médias: Índice de Desenvolvimento Municipal por cor, sexo e situação de domicílio, lançado na quarta-feira (10/05). Ele apresenta uma radiografia das desigualdades e semelhanças entre mulheres e homens, negros e brancos, e populações urbanas e rurais no Brasil.
A pesquisa consolida o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e 170 indicadores socioeconômicos para o Brasil, as 27 Unidades da Federação, 20 Regiões Metropolitanas e 111 municípios do país. Realizado pela Fundação João Pinheiro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o escritório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD), o estudo sistematizou os dados a partir dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, organizando-os por cor, sexo e situação de domicílio. Cada indicador está vinculado a um subíndice: IDHM Educação, IDHM Renda, ou IDHM Longevidade.
A análise dos dados mostra um equilíbrio maior do IDHM de mulheres e homens. Enquanto o índice delas era de 0,596 em 2000, passou para 0,720 em 2010. Em 2000, os homens tinham um índice de 0,602 e alcançaram 0,719 em 2010.
Desigualdades
As mulheres, mesmo com tempo de estudo maior do que os homens – 56,7% das mulheres com mais de 18 anos têm o ensino fundamental completo, ante 53% dos homens –, em 2010 elas apresentaram renda média no trabalho 28% inferior à deles. Enquanto as mulheres recebiam, em média, R$ 1.059,30, eles ganhavam aproximadamente R$ 1.470,73 no mesmo ano. No Brasil, o relatório mostrou que as mulheres estudam 9 anos a mais do que os homens. Em Santa Catarina, essa diferença é de 10 anos.
Entre as Unidades da Federação, a maior diferença na renda média do trabalho entre homens e mulheres foi observada em Santa Catarina, em 2010 (a renda média delas era de 34,84% inferior a dos homens: R$ 1.079,82 ante R$ 1.655,74).
Metodologia
O estudo considerou a diferença de renda também dentro dos lares brasileiros. O resultado do IDHM Renda (em que a renda do trabalho é a sua principal variável) também considerou o crescimento da proporção de domicílios chefiados por mulheres, que nos últimos 20 anos, passou de 23% para 40%.
Além disso, outro ponto determinante foi a quantidade de horas trabalhadas por profissionais do sexo feminino. Em média, elas trabalham 7,5 horas semanais a mais que os homens e conciliam a jornada de trabalho remunerado com o doméstico.
Com informações do PNUD e EXAME.
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