Líderes mulheres estão deixando seus empregos, aponta estudo

28 outubro 2022
Foto em close das mãos de uma líder mulher digitando no teclado de um laptop

Líderes mulheres estão exigindo mais do trabalho e mudando de emprego em um nível sem precedentes para alcançar o que buscam nas suas vidas e carreiras. E, para atingir a igualdade de gênero, as empresas precisam ir além do discurso, de acordo com o relatório Women in the Workplace 2022 feito pela consultoria McKinsey & Company em parceria com a LeanIn.Org. Mais de 40 mil mulheres foram entrevistadas e o estudo traz informações de 333 organizações americanas.

Pelo oitavo ano consecutivo, as mulheres estão sendo menos promovidas em relação aos homens de cargos no nível de entrada para posições de gerência. Como resultado disso, eles são mais numerosos nos cargos de gerência e, consequentemente, sobem em maior número para posições superiores de liderança. Além disso, para cargos C-Level, há cada vez menos candidatas a serem promovidas.

Apesar de um progresso modesto, as mulheres ainda são sub-representadas na liderança. No caso de mulheres não brancas (que inclui mulheres negras, latinas, indígenas, asiáticas e orientais), a liderança é ainda mais distante. Elas ocupam apenas 5% dos cargos de C-Level, em comparação a 61% dos homens brancos. Com um pequeno número de profissionais em posições de alta liderança, há menos mentoras e exemplos para futuras líderes.

Outro ponto de atenção apontado pelo relatório é que a cada mulher no nível de diretoria que é promovida a um cargo superior, duas diretoras estão deixando as empresas onde trabalham. A taxa de liderança feminina saindo das companhias em que trabalham é a maior em anos, e a diferença entre as saídas femininas e masculinas foi a maior já vista no ano passado.

O levantamento também mostra que as empresas têm melhores resultados quando as expectativas das mulheres sobre o trabalho são atendidas. E a maioria delas prefere modelos de trabalho remoto e híbrido. Apenas 1 em cada 10 optam pelo trabalho 100% presencial.

Entre as principais razões pelas quais as mulheres deixaram seus empregos nos últimos anos estão a falta de oportunidades para avançar na carreira, de apoio da gerência, flexibilidade e de compromisso da empresa com diversidade, inclusão e bem-estar.

A importância da interseccionalidade

O preconceito também assume outras formas e muitas mulheres sofrem no trabalho por conta de sua raça, orientação sexual e deficiência. Nesses casos, a soma dessas discriminações pode impor ainda mais barreiras ao avanço profissional.

O relatório mostra, por exemplo, que as mulheres não brancas recebem menos apoio que as brancas, apesar de serem mais ambiciosas: 41% delas querem ser altas executivas, em comparação com 27% das mulheres brancas.

Mulheres negras e asiáticas são menos propensas a ter aliados fortes em suas equipes, e latinas e asiáticas são mais frequentemente questionadas sobre suas origens. Ainda segundo o estudo, mulheres LBTQ+ e com deficiência relatam ter sofrido mais microagressões no trabalho e ouvido mais comentários sobre suas aparências.

Ações para promover a equidade de gênero no ambiente corporativo

O relatório Women in the Workplace lista as principais ações que as companhias devem assumir para aumentar a liderança feminina e reter aquelas que já estão em cargos estratégicos. Confira.

  • Benefícios para colaboradoras: licenças pessoais para saúde mental, suporte em casos de aborto espontâneo, serviços para cuidar de crianças, entre outras propostas.
  • Programas de desenvolvimento de carreira: programas de suporte profissional focado em mulheres, iniciativas formais de desenvolvimento que leve em consideração as interseccionalidades e oportunidades para profissionais praticarem e exercerem suas competências.
  • Treinamentos: capacitação de gerentes para abordar temas de diversidade, treinamento de líderes em como se comunicar de forma remota com sua equipe e instrução para que as promoções sejam feitas de forma justa e igualitária para todas as pessoas colaboradoras.
  • Acompanhamento dos números: divulgação pública dos índices de diversidade da empresa e estabelecimento de metas para preencher posições de liderança.

Para ler o relatório Women in the Workplace 2022, em inglês, acesse https://bit.ly/3TNDHgD.

Com informações da McKinsey e LeanIn.Org

Saiba mais: Baixe o e-book Atração, Desenvolvimento e Promoção de Lideranças Femininas e ouça o episódio 17 do MM360Cast sobre “Mentoria e Sponsorship: preparando mulheres para posições de liderança”.

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