Mulheres ocupam maioria das vagas que são cortadas com a automatização
“Estamos perdendo valiosas oportunidades para reduzir a desigualdade de gênero”. O alerta da Saadia Zahidi, chefe de educação, gênero e trabalho do Fórum Econômico Mundial, no The Guardian, destaca o agravamento da desigualdade no contexto em que as habilidades necessárias no mercado de trabalho mudam rapidamente com a automatização. Se quiserem alcançar melhores cargos, os trabalhadores terão que se capacitar constantemente ao longo da vida.
A demanda é urgente e destacada pelo estudo “Towards a Reskilling Revolution – A Future of Jobs for All” (“Em direção à revolução da requalificação: um futuro do trabalho para todos”, em tradução livre). Ele traz dados importantes sobre o futuro dos empregos, inclusive informações que impactam as mulheres no mercado de trabalho. A pesquisa, do Fórum Econômico Mundial em parceria com a empresa Boston Consulting Group, tem o objetivo de deslocar o debate sobre o futuro do trabalho para um território novo e prático. O foco é no cenário americano.
Segundo a publicação, as mulheres são as mais afetadas pelas mudanças na oferta de empregos. E as transições profissionais causadas pela automação são consideradas uma oportunidade para diminuir as disparidades salariais existentes entre mulheres e homens.
Dos 1,4 milhões de empregos com previsão de serem extintos até 2026 nos EUA, 57 são ocupados por mulheres – de acordo com a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos. Quando o contexto é de profissões que são predominantemente femininas e sofrem risco de serem afetadas pelo aumento da tecnologia, as mulheres têm quase metade das oportunidades de se recolocarem no mercado de trabalho, se comparar com os homens – afirma o estudo. Requalificadas, as mulheres passam a ter 49 oportunidades, enquanto profissões predominantemente masculinas têm 80.
Geralmente, a transição de emprego está relacionada a um aumento de salário em 74% dos casos. Já com os homens, isso acontece em 53% das vezes. Essa tendência mostra uma possibilidade de convergência dos salários entre homens e mulheres, entre grupos que mudam de empregos enfrentando – de forma parcial – a desigualdade de salário atual.
De acordo com a publicação, o material traz insights que ajudarão empresas, trabalhadores e governos a priorizarem suas ações e investimentos. A metodologia usada demonstra o poder de uma abordagem com base em dados para descobrir caminhos e oportunidades de transição de trabalho.
Com informações do Fórum Econômico Mundial e do Nexo