Impacto da saúde mental no ambiente de trabalho: um alerta para empresas brasileiras


A saúde mental no ambiente de trabalho tem se tornado uma preocupação crescente, e uma pesquisa recente conduzida pela Vittude revela dados alarmantes. Entre pessoas colaboradoras brasileiras, 33% enfrentam transtornos mentais em níveis graves ou extremamente graves. No entanto, as mulheres estão sendo ainda mais afetadas, com 10,4% apresentando níveis severos ou extremamente severos de estresse, em comparação com 6,6% dos homens.
Os números para ansiedade e depressão também são mais elevados entre as funcionárias femininas, com 15% apresentando níveis extremos de ansiedade, contra 9% dos homens, e 10% enfrentando depressão, enquanto o dado correspondente para eles é de 8%.
“Os riscos à saúde mental no ambiente de trabalho, como cargas de trabalho excessivas, as relações interpessoais negativas e demais fatores geradores de angústia emocional, precisam ser enfrentados. Investir na construção de uma sólida cultura de prevenção com foco no cuidado com a saúde mental implica em, por vezes, remodelar o ambiente de trabalho, fazendo com que todos se sintam protegidos e amparados por ações eficazes e empáticas”, afirma Tatiana Pimenta, CEO e co-fundadora da Vittude em entrevista sobre o tema para o Meio & Mensagem.
Os dados foram obtidos por meio da aplicação de escalas psicométricas em mais de 25 mil trabalhadores de 22 diferentes empresas, abrangendo diversos tamanhos e setores.
Como as empresas podem contribuir para o bem-estar da saúde mental das pessoas colaboradoras
Segundo a London School Of Economics, os transtornos mentais já representam um custo anual de cerca de R$ 200 bilhões para as empresas no Brasil. Esses custos abrangem a diminuição da produtividade, o absenteísmo, elevadas taxas de rotatividade e danos à reputação corporativa. Além disso, projeções do Fórum Econômico Mundial indicam que os gastos associados a transtornos emocionais e psicológicos podem chegar a US$ 6 trilhões até 2030, caso não haja mudanças significativas no cenário atual.
Esses números refletem a necessidade urgente de medidas preventivas e de apoio à saúde mental, especialmente para as colaboradoras. É essencial que as empresas compreendam e abordem essas questões de maneira eficaz.
Confira a seguir algumas recomendações para as empresas cuidarem do bem-estar das pessoas colaboradoras.
Promover um ambiente de trabalho inclusivo e empático: Promover uma cultura organizacional que valorize a escuta ativa, o respeito às diferenças e a empatia pode criar um ambiente mais acolhedor e favorável à saúde mental.
Oferecer recursos e programas de apoio: Disponibilizar recursos como sessões de aconselhamento, workshops de gerenciamento de estresse e acesso a profissionais de saúde mental pode fazer uma grande diferença no bem-estar das equipes.
Estimular o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Incentivar práticas que promovam um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal, como horários flexíveis e políticas de licença abrangentes, pode ser fundamental para a saúde mental das funcionárias e funcionários.
Promover a conscientização e a educação: Realizar campanhas educativas sobre saúde mental, workshops de conscientização e fornecer recursos informativos pode ajudar a reduzir o estigma em torno dessas questões.
Capacitar lideranças: Oferecer treinamentos específicos para líderes sobre como apoiar a saúde mental de suas equipes e criar um ambiente de trabalho positivo é crucial.
“Gerenciar a saúde mental no trabalho é um desafio. No entanto, quando abordado de forma inteligente, traz inúmeros benefícios, tanto para empresa quanto para o funcionário. Afinal de contas, locais de trabalho seguros, saudáveis e inclusivos aumentam o desempenho e a produtividade, além da motivação de todo o time”, acrescenta a executiva.
Com informações do Meio & Mensagem
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