Burnout atinge 66% das mulheres na alta gestão, revela pesquisa


Em 2024, o Brasil atingiu um marco preocupante: 472.328 trabalhadores foram afastados por transtornos mentais, segundo dados do Ministério da Previdência Social. O número representa um aumento de 68% em relação ao ano anterior e, entre esses casos, os relacionados à Síndrome de Burnout cresceram mais de 1.000% em apenas um ano.
Burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado por estresse crônico no trabalho. Vai além do cansaço comum: envolve o distanciamento afetivo, a sensação de baixa realização profissional e, principalmente, o desgaste contínuo que pode levar a sérias consequências para a saúde.
Um levantamento inédito realizado pela Telavita, empresa referência em soluções digitais de psicologia e psiquiatria, com 4.440 profissionais de diferentes setores e níveis hierárquicos, revelou um cenário ainda mais preocupante entre as mulheres em cargos de alta gestão: 66,67% delas já apresentam Burnout completo.
“Essas mulheres lidam com uma sobrecarga de cobranças e expectativas, além da necessidade constante de provar sua competência em ambientes ainda predominantemente masculinos. É um acúmulo emocional que leva à exaustão”, explica Aline Silva, psicóloga e Diretora Clínica da Telavita.
Entre executivos da alta gestão, apenas 23,1% se consideram saudáveis. O restante já apresenta sintomas de esgotamento (41,7%) ou está em risco elevado (35,2%). Executivos entre 46 e 55 anos são os mais afetados, com os mesmos 66,6% de Burnout completo registrados entre as mulheres gestoras.
Na liderança intermediária, cargos como gerência e coordenação, a situação também preocupa: 40,8% apresentam risco alto, e entre as profissionais, quase metade (44,9%) já está em Burnout completo. Os homens nessa faixa demonstram sinais de defesa emocional precoce, com 26% relatando distanciamento afetivo.
O esgotamento também atinge os níveis operacionais. Entre analistas, assistentes e técnicos, mais de 45% relatam sintomas de Burnout. Entre jovens de 18 a 25 anos, 51,94% já iniciam suas carreiras em estado de esgotamento, evidenciando um problema estrutural no mercado de trabalho.
A área de TI se destaca como a mais crítica: 42,5% dos profissionais têm Burnout completo e 38,1% relatam esgotamento. Setores como Marketing, Administração, Produção e Atendimento também apresentam altos índices, o que mostra que o problema é generalizado.
“Estamos falando de uma crise de saúde mental no trabalho. O Burnout é um alerta: precisamos de mudanças urgentes na cultura corporativa. Prevenir não é só cuidar do indivíduo — é repensar a forma como as empresas funcionam”, reforça Aline.
Com informações de assessoria de imprensa
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