A disparidade salarial entre gêneros: um desafio persistente no Brasil
Recentemente, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou um relatório revelando que, no setor privado brasileiro, as mulheres ganham, em média, 20,7% a menos do que os homens. Até março deste ano, a diferença era de 19,4%.
Esse relatório exige que as empresas forneçam dados detalhados sobre a estrutura salarial de suas equipes, segmentando informações por gênero, cargo e faixa salarial. O descumprimento do prazo pode resultar em sanções legais, incluindo multas.
Este dado preocupante destaca uma realidade que persiste em diversas esferas do mercado de trabalho, refletindo não apenas a desigualdade salarial, mas também as barreiras que as mulheres enfrentam para alcançar posições de destaque.
De acordo com o estudo, enquanto os homens ocupam 58,3% dos cargos de chefia, elas representam apenas 41,7%. Além disso, apenas 27,5% das profissionais estão em posições de liderança no setor privado, um percentual que demonstra a sub-representação feminina em áreas de decisão e alta remuneração.
O relatório também enfatiza que a diferença salarial se agrava em setores específicos. Por exemplo, nas áreas de tecnologia e engenharia, onde a presença feminina é ainda mais escassa, as disparidades salariais tendem a ser mais acentuadas.
Segundo o documento:
- Em 42,7% dos estabelecimentos pesquisados, menos de 10% da folha salarial era composta por mulheres pretas e pardas;
- Em 53% dos estabelecimentos, mesmo tendo mais de 100 colaboradores, não havia pelo menos três mulheres em cargos de direção e chefia para permitir uma comparação salarial.
Essa situação é urgente, pois a equidade salarial não é apenas uma questão de justiça social, mas também um fator crítico para o crescimento econômico e a inovação.
É fundamental implementar políticas públicas robustas e ações efetivas nas empresas que visem eliminar essa diferença salarial. Isso inclui a promoção de programas de mentorias, capacitação e igualdade de oportunidades no processo de recrutamento e promoção.
Além disso, é necessário que tanto as empresas quanto a sociedade civil se mobilizem para conscientizar sobre a importância da equidade de gênero e do combate à discriminação salarial.
É preciso um compromisso coletivo para transformar essa realidade e construir um futuro onde todas as mulheres tenham acesso a oportunidades iguais e sejam devidamente valorizadas por seu trabalho.
Confira a apresentação dos dados do 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios em https://bit.ly/3XZ4N98.
Com informações do portal G1
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