Mulheres batem recorde de ocupação no mercado de trabalho, mas desigualdades persistem
A presença feminina no mercado de trabalho no Brasil alcançou um marco histórico no segundo trimestre de 2024, conforme dados divulgados neste mês de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O nível de ocupação das mulheres, que mede o percentual de profissionais com 14 anos ou mais inseridas no mercado de trabalho, chegou a 48,1%, superando os 47,2% registrados no primeiro trimestre do ano.
Apesar do avanço, o índice feminino ainda está longe de atingir a igualdade em relação aos homens, cujo nível de ocupação é de 68,3%. Essa disparidade reflete a permanência de barreiras estruturais que dificultam a plena inserção delas no mercado de trabalho, como a sobrecarga de tarefas de cuidado que, historicamente, recai sobre a população feminina.
Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostras de domicílios do IBGE, destacou que o aumento recente na ocupação feminina acompanha uma tendência geral de crescimento no mercado de trabalho.
“O movimento de agora, o atingimento do nível de 48,1%, decorre da tendência de crescimento do nível de ocupação como um todo, seja para homens, seja para mulheres. O nível da ocupação da população vem aumentando”, afirmou Adriana.
No entanto, ela pondera que, embora o percentual atual seja o maior já registrado na série histórica da Pnad Contínua desde 2012, o patamar ainda se encontra cerca de 20 pontos percentuais abaixo do nível de ocupação masculina.
Além da disparidade na ocupação, outras desigualdades persistem no mercado de trabalho brasileiro. A taxa de desemprego entre as mulheres, por exemplo, foi de 8,6% no segundo trimestre, em contraste com os 5,6% registrados entre os homens.
Este cenário ressalta a importância de políticas públicas e iniciativas do setor privado que promovam a igualdade de gênero no mercado de trabalho.
Com informações da Folha de S.Paulo
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