Cresce a presença de mulheres nos conselhos de administração no Brasil
Nos últimos anos, a presença de mulheres nos conselhos de administração no Brasil vem crescendo, impulsionada por políticas de inclusão e a valorização da diversidade.
Dados recentes mostram que empresas de diferentes setores estão abrindo mais espaço para lideranças femininas, um passo importante para promover a equidade de gênero e enriquecer as decisões estratégicas com perspectivas diversas.
Apenas 16% das empresas do IBrX100, índice que reúne as 100 ações mais negociadas na B3, alcançam 30% ou mais de mulheres em seus conselhos de administração, segundo levantamento realizado pela PwC Brasil em parceria com o 30% Club Brazil.
Apesar de representar uma estabilidade em relação ao ano anterior, o número demonstra um avanço significativo desde 2019, quando a atuação do movimento no Brasil começou e as mulheres ocupavam apenas 8,5% dos assentos nos boards das empresas listadas.
Para Anna Maria Guimarães, presidente do 30% Club Brazil, a diversidade nos conselhos é um imperativo estratégico. “O conselho precisa refletir a diversidade do mercado como um todo. Isso amplia a capacidade de inovação da empresa e contribui para resultados financeiros mais robustos e sustentáveis,” afirma Guimarães.
A pesquisa aponta que conselhos com mais mulheres oferecem um ambiente que favorece decisões mais equilibradas, impulsionando o crescimento das organizações.
O estudo, baseado em dados entre maio e julho de 2024 e validado por atas das Assembleias Gerais Ordinárias das empresas, indica que empresas como Banco do Brasil, Magazine Luiza e Santander estão entre as que possuem mais de 40% de mulheres em seus colegiados.
Neste ano, novos nomes como Auren, Caixa Seguridade, Lojas Renner e Raízen também se destacaram ao atingir o marco de 30% de participação feminina.
Mesmo com essas conquistas, o estudo revela que o caminho ainda é longo. Algumas empresas do índice não contam com nenhuma mulher em seus conselhos, demonstrando a necessidade de políticas e iniciativas que incentivem a diversidade de gênero.
Para Guimarães, atingir 30% de representação feminina é mais do que uma meta numérica: “Estudos internacionais mostram que, ao atingir 30% de representatividade, a cultura organizacional pode ser transformada.”
A presença de mulheres nos conselhos é também associada a resultados operacionais superiores. Dados de estudos da consultoria McKinsey apontam que empresas com mulheres em posições de liderança apresentam, em média, um aumento de 21% na lucratividade.
Essa correlação entre diversidade e desempenho reforça a importância de uma liderança plural para impulsionar resultados sustentáveis no longo prazo.
A meta do 30% Club Brazil de alcançar 30% de representação feminina até 2026 nos conselhos das 100 maiores empresas de capital aberto é um esforço contínuo. “Estamos comprometidos em conectar mulheres qualificadas com oportunidades nos conselhos e promover a diversidade como um valor estratégico,” reforça Guimarães.
A proposta é que o movimento funcione como uma ponte entre conselheiras e o mercado, ampliando a visibilidade dessas profissionais para uma transformação corporativa ampla e inclusiva.
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