Ministério das Mulheres lança guia para prevenir feminicídios no Brasil
O Ministério das Mulheres deu um passo importante na luta contra a violência de gênero com o lançamento de um guia prático sobre a prevenção de feminicídios no Brasil. Divulgado no início de dezembro, o documento tem como objetivo principal fornecer orientações claras e acessíveis para identificar sinais de risco e fortalecer as políticas públicas destinadas à proteção das mulheres.
O guia é voltado para agentes públicos, como profissionais da segurança, saúde e assistência social, que estão na linha de frente do combate à violência contra a mulher. Por meio de orientações práticas, busca promover a conscientização e a capacitação desses profissionais para agir preventivamente em situações de risco.
Segundo o Ministério das Mulheres, o feminicídio é uma das formas mais extremas de violência de gênero e reflete um padrão estrutural de desigualdade que ainda persiste no Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 apontam que, em média, uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete horas no país. Essa realidade evidencia a urgência de implementar medidas eficazes para combater o problema.
O documento também destaca a importância da articulação entre diferentes esferas do governo e da sociedade civil para prevenir casos de feminicídio. “A prevenção passa por políticas integradas que envolvam não apenas a segurança pública, mas também áreas como saúde, educação e assistência social”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante o lançamento do guia.
Uma das novidades do material é o foco na identificação precoce de sinais de violência, como ameaças verbais, histórico de agressões anteriores e controle excessivo por parte dos parceiros. “Identificar o risco antes que ele se torne letal é um dos pilares da prevenção”, ressaltou a ministra.
Além disso, o guia enfatiza a necessidade de melhorar o acolhimento das vítimas e oferecer suporte especializado em momentos de crise. Centros de referência, delegacias especializadas e redes de apoio comunitário são apontados como fundamentais para garantir que as mulheres tenham acesso rápido e eficiente a serviços de proteção.
Outro ponto relevante é a inclusão de recomendações para campanhas educativas, visando conscientizar a população sobre o ciclo de violência e os impactos do feminicídio na sociedade. A ideia é promover uma cultura de respeito e igualdade de gênero desde a base, envolvendo escolas, famílias e comunidades no processo.
O lançamento do guia ocorre em meio aos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, campanha internacional que busca chamar atenção para a necessidade de ações concretas nessa área.
O Ministério das Mulheres reforçou que o documento estará disponível para consulta pública, ampliando o alcance da iniciativa e promovendo o debate em torno do tema.
Com esse guia, o governo brasileiro dá um importante passo para salvar vidas e construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde nenhuma mulher precise temer por sua segurança e integridade.
Com informações do UOL
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