Liderança feminina incomoda: cai a confiança em mulheres líderes nos países do G7
Apesar dos avanços na equidade de gênero, a confiança em mulheres na liderança apresenta um preocupante declínio, especialmente nas economias mais desenvolvidas. O Índice de Reykjavík, que mede percepções sobre a adequação de mulheres e homens à liderança em 23 setores econômicos, atingiu seu menor nível desde 2018 nos países do G7: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Em 2024, a pontuação do índice caiu para 68, marcando uma retração em relação ao pico de 73 registrado entre 2019 e 2021. O estudo indica que, enquanto há maior aceitação de mulheres líderes em setores tradicionalmente femininos, como educação e saúde, a masculinização de áreas como defesa e engenharia contribui para a estagnação geral.
No Brasil, o cenário de liderança feminina também enfrenta desafios. Mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança, mas sua presença em altos postos, como o C-level, cai para 28%, evidenciando barreiras estruturais e culturais.
Embora pesquisas demonstrem que mulheres líderes frequentemente superam seus pares masculinos em habilidades como empatia e comunicação, estereótipos continuam a limitar sua aceitação. Um relatório da Kantar identificou que, no G7, a confiança em mulheres líderes caiu 10 pontos percentuais em 2024, refletindo um cenário de retrocessos culturais e institucionais.
Entretanto, iniciativas de empresas progressistas no Brasil mostram que é possível avançar. Programas voltados à equidade, como monitoramento salarial e suporte às mães líderes, apontam caminhos para transformar o ambiente corporativo.
O progresso na liderança feminina não é apenas uma questão de justiça, mas de competitividade. Empresas lideradas por mulheres se destacam em inovação e retenção de talentos, ressaltando a importância de superar preconceitos para construir culturas organizacionais inclusivas e bem-sucedidas.
Leia mais
Mulheres em posição de liderança demonstram maior confiança, aponta estudo global