Mulheres representam 41,2% da força de trabalho global, mas apenas 28,8% chegam a cargos de liderança

O Fórum Econômico Mundial acaba de divulgar a 19ª edição do Global Gender Gap Report, um dos mais relevantes estudos internacionais sobre disparidade de gênero. A publicação analisa o grau de equidade em 148 países, com base em quatro dimensões: economia, educação, saúde e política.
Em 2025, a média global de paridade de gênero atingiu 68,8%, um avanço de 0,3 ponto percentual em relação a 2024. Apesar da melhora, o progresso é considerado lento: caso não haja uma aceleração, a igualdade plena só será alcançada em 123 anos.
No cenário econômico, as mulheres representam 41,2% da força de trabalho mundial, mas ocupam apenas 28,8% dos cargos de liderança, mesmo apresentando níveis educacionais mais elevados do que os homens. Além disso, segundo o relatório, elas são 55,2% mais propensas a interromper a carreira e permanecem, em média, um ano e meio a mais fora do mercado de trabalho.
Sobre essa subutilização, o relatório destaca os benefícios da maior presença feminina nas organizações:
“Uma maior participação feminina na força de trabalho pode ter um impacto positivo extraordinário na produtividade, aumentando o tamanho e a diversidade da força de trabalho. Este é um incentivo contínuo para que governos e empresas aumentem a presença feminina na economia para além de 40,2% na força de trabalho e 28,8% na gestão.” (tradução livre)
O relatório também aponta que o Brasil ocupa atualmente a 72ª posição no ranking global, duas colocações acima do ano anterior. O país apresenta desempenho quase pleno em educação, liderando esse indicador, e ocupa o 28º lugar em saúde. Já nos pilares de economia (96º lugar) e política (70º lugar), a presença feminina segue restrita a poucas posições de poder e tomada de decisão.
A metodologia do estudo utiliza dados de fontes como Unesco, OMS, ONU, Banco Mundial e Organização Internacional do Trabalho, avaliando indicadores como: participação na força de trabalho, equidade salarial e remuneração estimada na economia; número de parlamentares, ministras e chefes de Estado na política; expectativa de vida e taxa de natalidade por gênero na saúde; além de níveis de alfabetização e escolaridade na educação.
A pontuação dos países varia de 0 a 100, refletindo o percentual de paridade alcançado em cada dimensão. O relatório também oferece subsídios importantes para empresas e instituições que desejam adotar políticas de diversidade mais eficazes — reforçando que equidade de gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia essencial para o desenvolvimento sustentável.
Acesse o relatório completo em https://bit.ly/3TlLN1F
Com informações do Fórum Econômico Mundial e Folha de S. Paulo
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