Mapa do assédio: 41% dos casos no Brasil ocorrem no ambiente de trabalho
O ambiente de trabalho é o local mais reportado para ocorrências de assédio no Brasil, responsável por 41% dos casos, segundo a pesquisa “Mapa do Assédio” realizada pela KPMG em 2024.
Este número reflete um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando 33% dos casos foram registrados nesses espaços. A pesquisa também evidenciou que 92% das pessoas que vivenciaram assédio ao longo da vida não denunciaram os casos.
Entre os principais motivos para o silêncio estão:
- O receio de que a denúncia não fosse investigada (27%);
- O medo de retaliação (23%) e de exposição (22%);
- Preocupações com a integridade física ou psicológica (18%).
Mesmo entre os que reportaram as situações, apenas 48% receberam algum retorno.
Além do local de trabalho, os espaços públicos, como ruas e descampados, aparecem em segundo lugar (13%), seguidos por ambientes familiares (10%) e transporte público (9%).
Os tipos de assédio mais frequentes são o moral e psicológico (46%), seguido pelo de gênero (15%) e sexual (14%).
“A pesquisa reforça a necessidade de as organizações e a sociedade redobrarem a vigilância e o enfrentamento dos casos de assédio. Também é altamente positivo existirem canais de denúncia. Mas eles precisam ser mais efetivos. Além disso, ficou evidente a responsabilidade das organizações, em função do elevado número de casos acontecendo nos ambientes de trabalho”, avalia Carolina Paulino, sócia da prática forense e de litígios da KPMG no Brasil.
Para combater essas ocorrências, a pesquisa reforça a importância de cumprir a Lei nº 14.457/22, que exige a realização de treinamentos e cursos voltados à prevenção e combate à violência e ao assédio nas organizações com mais de 20 colaboradores.
“É fundamental que as organizações tratem o assédio com seriedade e aprimorem os mecanismos de denúncia, como os hotlines, que já se mostraram eficazes para 80% dos entrevistados. A criação de ambientes éticos e humanos não apenas protege os colaboradores, mas agrega valor aos negócios,” afirma Emerson Melo, sócio-líder da prática forense e de litígios da KPMG.
A pesquisa envolveu 500 participantes de diferentes profissões e classes sociais, oferecendo um panorama abrangente do problema no Brasil e ressaltando a responsabilidade das empresas e da sociedade no enfrentamento desse desafio.
Com informações de Meio e Mensagem
Leia mais
Women in the Workplace 2024 Report: 10 anos de avanços e desafios pela equidade de gênero nas empresas
https://movimentomulher360.com.br/noticias/women-in-the-workplace-2024/
E-book Dicas para empresas acelerarem a jornada contra violência e assédio