Presença feminina no mercado de trabalho pode aumentar PIB mundial em até 20%


A inclusão das mulheres no mercado de trabalho é um dos pilares para o desenvolvimento econômico e social. De acordo com um estudo recente, a maior presença feminina em cargos formais e de liderança pode adicionar até 20% ao PIB per capita mundial se dado reforça a importância de políticas e práticas que promovam a equidade de gênero, não apenas como uma questão de justiça social, mas como um motor para o crescimento econômico sustentável.
Apesar dos avanços nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos no ambiente profissional. A desigualdade salarial, a sub-representação em cargos de liderança e a dupla jornada de trabalho são alguns dos obstáculos que limitam o potencial feminino.
No entanto, quando essas barreiras são superadas, os benefícios são sentidos em toda a sociedade. Empresas com maior diversidade de gênero, por exemplo, tendem a ser mais inovadoras e lucrativas.
Um dos pontos destacados pelo estudo é que a participação feminina no mercado de trabalho não se trata apenas de aumentar números, mas de criar condições equitativas para que todas as pessoas possam contribuir com suas habilidades e perspectivas únicas. A diversidade de pensamento e experiência é um fator crucial para a resolução de problemas complexos e a criação de soluções inovadoras.
Além disso, a liderança feminina tem um efeito multiplicador. Quando profissionais ocupam cargos de decisão, tendem a implementar políticas mais inclusivas e a promover um ambiente de trabalho mais colaborativo. Isso não só beneficia outras mulheres, mas também cria um ciclo virtuoso de crescimento e desenvolvimento para toda a organização.
No contexto global, países que investem em políticas de igualdade de gênero, como licença parental compartilhada, acesso à educação e combate à discriminação no trabalho, têm colhido os frutos de uma economia mais dinâmica e resiliente. O estudo sugere que, se todas as nações adotassem medidas semelhantes, o impacto positivo no PIB mundial seria significativo.
“Esses gastos não precisam ocorrer às custas dos homens. À medida que as mulheres se tornam mais ricas, isso ajuda a ‘aumentar o bolo’ da afluência total, expandindo as oportunidades para todos”, dizem os pesquisadores do Bank of America Institute.
Inclusive, o estudo destaca três áreas que estão passando por grandes transformações devido ao maior poder aquisitivo feminino:
- Esportes profissionais: o crescimento da popularidade dos esportes femininos é notável. Em 2023, a Copa do Mundo de Futebol Feminino gerou US$ 1,9 bilhão para o PIB global e criou 40 mil empregos. O investimento em patrocínios também cresce, com um aumento de 12% ao ano, superando os 8% dos esportes masculinos;
- Viagens: elas são responsáveis por 70% das reservas de viagens e gastaram US$ 125 bilhões no setor em 2024. O turismo solo feminino está crescendo rapidamente, impulsionado pelo desejo de liberdade, flexibilidade e bem-estar. Para atender a essa demanda, empresas estão criando serviços especializados, como pacotes exclusivos para mulheres e roteiros mais seguros;
- Saúde: com o envelhecimento da população e maior autonomia financeira, mulheres entre 50 e 70 anos estão impulsionando o setor de saúde. Esse público, que deve crescer 47% até 2050, busca soluções de bem-estar e prevenção, desde planos de saúde diferenciados até produtos específicos para a maturidade.
No Brasil, embora a participação feminina no mercado de trabalho tenha crescido nos últimos anos, ainda há muito a ser feito. A taxa de desemprego entre as mulheres continua mais alta do que entre os homens, e a representação feminina em cargos executivos ainda é baixa.
O Movimento Mulher 360, por exemplo, atua em diversas frentes para garantir que as mulheres tenham oportunidades iguais no mercado de trabalho. Desde a promoção de programas de mentoria até a defesa de políticas públicas inclusivas, a iniciativa busca criar um ambiente onde todas as pessoas possam prosperar, independentemente de gênero.
A equidade de gênero no trabalho não é apenas uma questão de justiça, mas uma estratégia inteligente para o crescimento econômico. Ao investir na inclusão das mulheres, estamos construindo um futuro mais próspero e sustentável para todos. O estudo reforça que, quando as mulheres avançam, a sociedade como um todo avança junto.
Com informações de InfoMoney
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