Etarismo corporativo: o que as lideranças precisam saber para mudar essa realidade

No mercado de trabalho atual, quatro gerações convivem diariamente nas empresas: Baby Boomers, Geração X e Z e Millennials. Essa realidade multigeracional, embora desafiadora, representa uma enorme oportunidade para organizações que desejam se tornar mais inovadoras, produtivas e sustentáveis. Mas, para isso, é fundamental enfrentar um obstáculo ainda naturalizado nas relações profissionais: o etarismo.
A diversidade etária é uma vantagem estratégica. Segundo o texto “A diversidade traz novos olhares!”, do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), equipes diversas em idade têm mais criatividade, colaboram melhor e fortalecem o clima organizacional. Ainda assim, o preconceito baseado na idade segue presente — muitas vezes de forma silenciosa e sutil — impactando profissionais de todas as gerações.
Muito além da geração Baby Boomers, o etarismo afeta profissionais de todas as faixas etárias e se manifesta de maneira naturalizada no cotidiano. É o que destaca o artigo “Ageless: o que dizer, o que não dizer e como criar uma cultura antietarista”, da Exame, em que Mauro Wainstock, palestrante e consultor, analisa as diferentes formas desse preconceito e reforça a importância das lideranças assumirem um posicionamento claro sobre o tema.
“Não tem mais sentido falar sobre inclusão como tendência; devemos tratá-la como cultura: a construção de ambientes verdadeiramente antietaristas é um convite para o futuro, onde a idade é um ativo e não uma barreira”, afirma.
Criar uma cultura corporativa antietarista começa com as lideranças. É papel das líderes e dos líderes darem o exemplo: investirem no desenvolvimento de profissionais de todas as idades; estimularem a escuta ativa; e garantirem ambientes seguros, onde todas e todos possam se expressar e denunciar comportamentos discriminatórios.
Segundo o Relatório mundial sobre o idadismo (etarismo), da OMS (Organização Mundial da Saúde), o preconceito baseado na idade pode se manifestar de diferentes formas. Às vezes, aparece em políticas institucionais que favorecem determinados perfis etários. Outras vezes, surge nas interações cotidianas, por meio de comentários sutilmente preconceituosos. Há ainda o etarismo autodirigido, quando a própria ou o próprio profissional internaliza a ideia de que sua idade significa ser menos capaz ou relevante. Esses três tipos de discriminação — institucional, interpessoal e autodirigido — merecem atenção e enfrentamento.
Como o etarismo se revela na comunicação?
Frases que parecem inofensivas muitas vezes carregam preconceitos. Falas como “Está na hora de você se aposentar” carregam o pressuposto de que pessoas com mais idade não têm mais valor produtivo, quando, na verdade, a experiência e a maturidade são ativos valiosos em qualquer equipe. Da mesma forma, dizer que determinado cargo “é para alguém mais jovem” reforça estereótipos e desconsidera competências que vão muito além da idade.
Ao promover uma liderança consciente e uma comunicação inclusiva, as empresas não apenas ampliam sua capacidade de inovação e retenção de talentos, mas também constroem culturas mais fortes, conectadas e preparadas para os desafios de um mercado em constante transformação.
Com informações de Exame.
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