Mulheres ganham 21,2% menos que homens, aponta Relatório de Transparência Salarial
Imagine realizar a mesma função e receber um salário 21,2% menor. Segundo o Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em novembro de 2025, essa é a realidade das mulheres em 54 mil empresas com mais de 100 pessoas colaboradoras, considerando o período entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro semestre de 2025.
O levantamento avaliou mais de 19,4 milhões de vínculos empregatícios, dos quais 41,1% são de mulheres e 58,9% de homens. A remuneração média feminina é de R$ 3.908,76, enquanto a masculina chega a R$ 4.958,43. Entre as justificativas das empresas para essa diferença estão tempo de experiência (78,7%), cumprimento de metas (64,9%) e existência de plano de cargos e salários (56,4%).
Embora a participação das mulheres na massa salarial tenha subido de 34,1% em 2023 para 35% em 2025, a desigualdade cresceu. Em março de 2024, a diferença era de 19,4%; hoje, chega a 21,2%. O cenário é ainda mais crítico para mulheres negras, que recebem, em média, R$ 2.986,50, enquanto homens não negros ganham R$ 6.391,94 — uma diferença de 114%. O dado reforça o impacto da interseccionalidade no mercado de trabalho brasileiro.
Apesar dos desafios, o Relatório do MTE também aponta oportunidades. Segundo o Banco Mundial, a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres poderia elevar o PIB global em mais de 20%. No Brasil, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que políticas de equidade poderiam gerar R$ 382 bilhões para a economia.
Para alcançar esses resultados, é essencial que as empresas adotem medidas como auxílio-creche e licença parental estendida, promovendo um ambiente em que mulheres possam participar plenamente da economia e da sociedade.
Com informações do portal G1
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