Elas cuidam do lar, das finanças e dos negócios, mas seguem longe da autonomia econômica

Acúmulo de tarefas, múltiplas jornadas e pouco espaço para o próprio crescimento. Essa é a realidade de milhões de brasileiras, segundo dados da pesquisa da Serasa em parceria com a Opinion Box. O levantamento aponta que 9 em cada 10 mulheres no Brasil afirmam não conseguir evoluir financeiramente devido à sobrecarga de responsabilidades domésticas e profissionais.
O estudo, realizado com cerca de 1.400 participantes, destaca o impacto direto da desigualdade de gênero na autonomia econômica feminina. Apenas 3% das empreendedoras ouvidas afirmam que o trabalho doméstico não interfere na gestão dos seus negócios. A maioria relata dificuldade para investir no próprio desenvolvimento profissional ou na expansão de seus empreendimentos.
O cenário também revela o desejo de independência: 38% sonham em ter o próprio negócio e 26% buscam maior autonomia de horários. No entanto, o caminho é desafiador. Entre as pequenas empreendedoras, 71% ainda precisam recorrer a atividades informais para complementar a renda, como revenda de produtos, serviços de limpeza ou outras ocupações temporárias.
Apesar das dificuldades, elas já são protagonistas nas decisões financeiras dentro dos lares: 9 em cada 10 participam ativamente do controle orçamentário. Em um terço das famílias (33%), assumem essa função sozinhas, e em 60%, dividem a tarefa com outras pessoas. Quanto menor a renda, maior a responsabilidade: em lares de baixa renda, 43% das respondentes lideram sozinhas a gestão financeira, índice que cai para 26% nas famílias de renda média e 18% nas de alta renda.
A pesquisa também mostra que 81% acreditam que as mulheres vêm ganhando espaço no mercado financeiro, e 74% relatam se sentir mais confiantes ao verem outras ocupando esse lugar de fala. No entanto, os obstáculos persistem: 47% mencionam dificuldade para acessar crédito ou financiamento, 31% enfrentam endividamento, 18% apontam falta de controle sobre as próprias finanças, 17% mencionam baixa educação financeira, e 15% indicam a desigualdade salarial como um entrave.
A percepção social também reflete esse desequilíbrio: 87% das entrevistadas acreditam que o papel econômico da mulher ainda é subestimado pela sociedade.
Com informações de Meio & Mensagem
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