Pesquisa revela que presença de mulheres em conselhos avança, mas desafios persistem em cargos de liderança
A jornada de mulheres em cargos de alta liderança no Brasil tem registrado avanços, mas ainda enfrenta desafios significativos. É o que aponta a última edição da pesquisa “Liderança Empresarial 2025”, da consultoria Vila Nova Partners, que analisou a diversidade dos Conselhos de Administração das 81 maiores empresas listadas no Ibovespa.
O levantamento revela que a representatividade feminina em conselhos de administração tem crescido. Em 2025, as mulheres ocupam 21% dos 754 assentos analisados, um aumento em comparação aos 19,6% registrados em 2024 e um salto notável em relação aos 6,3% de 2015. Outro dado positivo é que 90% das empresas do Ibovespa já contam com pelo menos uma executiva em seu conselho.
Já quando o assunto são as posições de liderança, a realidade é diferente. Nos últimos 15 anos, não houveram avanços expressivos no número de profissionais presidindo conselhos de administração: de 2015 para 2025, houve um aumento de apenas 0,6%, de 2,4% para 3%. A realidade é ainda mais desafiadora nos cargos de CEO, onde houve uma queda na presença feminina de 4,8% em 2024 para 3,6% em 2025.
Essa lacuna nos cargos de alto escalão vai além do gênero. A pesquisa destaca que as estruturas de poder e decisão nas companhias abertas continuam majoritariamente masculinas e brancas, deixando de fora as mulheres negras, que representam uma parcela significativa da população e que têm se preparado para ocupar esses espaços. Para além do gênero, a representatividade de etnia e raça nos conselhos também é baixa: apenas 4% de pessoas pardas e 1% de pessoas pretas.
Apesar da lentidão no cenário brasileiro, iniciativas promissoras sinalizam uma mudança de paradigma. A aprovação do Projeto de Lei 1246/2021, agora convertido na Lei nº 15.177, de 23 de julho de 2025, representa um passo importante. A lei propõe que 30% das cadeiras nos conselhos de administração de empresas estatais sejam ocupadas por mulheres. Dessas vagas, 30% seriam destinadas a mulheres negras ou com deficiência.
O estudo da Vila Nova Partners também observa um envelhecimento gradual nos conselhos e cargos de CEOs, com a idade média passando de 56,3 para 59,5 anos, e de 51,5 para 54,9 anos, respectivamente, entre 2015 e 2025. Esse dado reforça a necessidade de as empresas valorizarem o protagonismo de mulheres em diferentes fases de suas carreiras.
Com informações do Valor Econômico
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