Há dez anos, nascia o sonho de colocar a equidade de gênero no centro da estratégia dos negócios no Brasil. Em 2013, quando o tema ainda era tratado como pauta periférica, um grupo de empresas pioneiras (Walmart, Coca-Cola, Cargill, Diageo, J&J, Natura, Nestlé, PepsiCo, Santander e Unilever) decidiu agir coletivamente para acelerar uma mudança justa, necessária e inteligente.
Dez anos depois, celebramos uma trajetória de propósito, coragem e impacto. O MM360 se consolidou como uma rede viva de aprendizagem e inovação, reunindo mais de 120 empresas associadas e impactando diretamente e indiretamente mais de 2 milhões de pessoas. Juntas, essas organizações criaram ferramentas, guias e programas que ajudaram a transformar metas em resultados concretos com avanços na presença de mulheres, inclusive negras, em todos os níveis de liderança.
Mais do que uma comemoração, este marco é um convite à reflexão. Avançamos em políticas e consciência social, mas ainda enfrentamos barreiras estruturais e culturais que limitam o ritmo da transformação.
O combate à violência e ao assédio, e a promoção de oportunidades reais, continuam no centro do nosso compromisso. Esta jornada de 10 anos nos trouxe até aqui. Convidamos você a fazer uma breve viagem por nosso passado, presente e futuro.
O impacto do MM360 é traduzido pelas vozes de quem faz parte dessa rede. Para celebrar essa trajetória, reunimos depoimentos que traduzem, melhor do que qualquer dado, o impacto real do que realizamos até agora. São vozes que representam muitas outras, essenciais para chegarmos até aqui.
Celebrar 10 anos é, acima de tudo, renovar compromissos. Os próximos anos serão decisivos para consolidar a equidade de gênero não apenas como uma pauta empresarial, mas como um pilar estratégico de desenvolvimento econômico, social e humano no Brasil.
Para isso, o MM360 e suas empresas associadas se comprometem a enfrentar de forma intencional os três grandes desafios estruturantes que ainda persistem:
Continuar desafiando estereótipos, promovendo escuta ativa e construindo ambientes em que todas as pessoas possam pertencer e contribuir plenamente.
Redesenhar sistemas, políticas e processos para remover barreiras invisíveis, distribuir responsabilidades de cuidado e criar caminhos reais de equidade.
Engajar decisores e decisoras no mais alto nível, com metas claras, recursos e responsabilização. A equidade só avança quando deixa de ser opcional.
A perspectiva para a próxima década se concentra em transformar as conquistas formais em igualdade real, com foco em ações estratégicas e interseccionais:
O que precisa avançar: garantir a efetividade das leis já conquistadas, combatendo as desigualdades estruturais e as barreiras invisíveis que ainda mantêm as mulheres fora dos espaços de poder. Fortalecer a aplicação prática das políticas de igualdade salarial e oportunidades
O caminho: promover mudanças culturais profundas com ações de educação para desconstrução de estereótipos de gênero, desenvolvimento de lideranças inclusivas e estímulo à corresponsabilidade no cuidado, como a ampliação e o equilíbrio das políticas de licença parental.
O futuro exige: superar a visão homogênea das mulheres e adotar uma abordagem interseccional, reconhecendo as múltiplas identidades (raça, orientação sexual, deficiência, classe social) que impactam as experiências de mulheres de maneira diferente. Criar políticas e programas que abordem as desigualdades cruzadas, especialmente para mulheres negras, indígenas, trans e com deficiência.
O foco para os próximos anos: programas de mentoria e patrocínio para mulheres líderes, metas públicas de equilíbrio de gênero em posições de decisão e valorização de estilos de liderança mais colaborativos e diversos.
O que precisa acontecer: garantir acesso igualitário das mulheres às formações e carreiras em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e prevenir que algoritmos e sistemas de Inteligência Artificial reproduzam vieses de gênero.
Avanço esperado: empresas e governos serão cada vez mais cobrados a apresentar dados e resultados claros sobre suas ações. Instrumentos essenciais incluem relatórios públicos de diversidade e inclusão e indicadores padronizados que permitam medir o avanço da equidade de gênero de forma comparável e transparente.
O futuro próximo: a equidade de gênero será cada vez mais um pilar central da agenda ESG (Ambiental, Social e Governança). É necessário integrar a equidade como estratégia de negócios, e não como responsabilidade social periférica.
O futuro da equidade de gênero será construído com a coragem de transformar estruturas, a escuta ativa das diferenças e o compromisso coletivo de gerar oportunidades reais para todas as mulheres.
O evento presencial de celebração dos 10 anos do MM360, que aconteceu em outubro de 2025 no Teatro Vivo, em São Paulo, foi um marco de reencontro, inspiração e renovação de compromissos.
Assista ao vídeo com os melhores momentos, um dia inesquecível de conexões, aprendizados e celebração do impacto que construímos juntos.