Alessandra Bernardes

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Alessandra Bernardes é formada em Administração de Empresas e especializada em Marketing pela FAE Business Scholl PR. Possui MBA em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas, e Pós-graduação em Filosofia pela PUC RS. Seu currículo também contempla extensão em Neurociência aplicada ao consumo pela ESPM. Anteriormente ocupou cargos gerenciais nas multinacionais AmBev, Kraft Foods e Nestlé. Atualmente se dedica a sua formação em Neurociência aplicada a foco e resultados pelo Instituto Neurovox.

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Violência psicológica

11 outubro 2023

Cada vez mais a sociedade vem discutindo a questão da violência. Pesquisas são feitas, leis elaboradas, campanhas preventivas criadas, enfim, passos importantes e resolutivos estão sendo dados rumo à transformação do mundo em um lugar melhor e mais seguro para todas as pessoas.

Quanto mais explícito o tipo de violência, mais rapidamente avançamos. Classificações quantificáveis, como números de denúncias e visibilidade em mídias sociais e meios de comunicação estão auxiliando em uma verdadeira corrida contra esse comportamento inaceitável e criminoso.

Discussões sobre violência doméstica, abuso sexual, homofobia, racismo, machismo, feminicídio, entre outros temas, acontecem em todos os meios, como jurídico, acadêmico, científico, social e familiar, ou seja, sim temos um grande avanço humano acontecendo. Por certo, as medidas e reflexos oriundos desses fóruns estão longe de conseguirem resolver totalmente a questão e milhares de vidas ainda são perdidas todos os dias. No entanto, o caminho está livre para corrermos o mais rápido possível na direção certa, a que preserva cada ser humano, garantindo segurança e justiça para que vivamos de forma plena em segurança.

Dentro desse contexto é fundamental que nos atentemos para um tipo de violência que é silenciosa, porém, tão nociva quanto as mencionadas acima, a violência psicológica, uma vertente ainda subestimada e pouco discutida.

Esse tipo de abuso é um dos mais difíceis de ser identificado, seja por inconsciência da própria vítima, seja pela dificuldade de provar a ocorrência dos fatos.

Legalmente temos a seguinte definição sobre a questão:

“A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, publicada em 7 de agosto de 2006, traz em seu texto diversas formas de violência. Uma das formas é a violência psicológica, que também pode ser chamada de “agressão emocional”. O texto legal a descreve como sendo condutas que causem danos emocionais em geral ou atitudes que tenham objetivo de limitar ou controlar suas ações e comportamentos, através de ameaças, constrangimentos, humilhações, chantagens e outras ações que lhes causem prejuízos à saúde psicológica.”

Essa não é uma questão exclusiva de gênero, todos somos vítimas potenciais desse tipo de crime, mas devemos considerar que a mulher, devido ao contexto social estabelecido, não é, de forma geral, ensinada a se defender, física e muito menos psicologicamente, fazendo dela um alvo ainda mais potencial.

A violência psicológica ou agressão emocional pode acontecer em qualquer tipo de relação, desde as afetivas até a esfera do trabalho. A importância de um olhar vigilante é fundamental, tanto quanto a ação de identificar e expor os casos suspeitos à Justiça ou lideranças com poder de ação, como no caso de empresas e organizações que possam estar sendo ambientes corroídos por esse tipo de comportamento.

Mas, independentemente da consciência coletiva ou a falta dessa, fica aqui o convite. Ajamos por nós, ocupemos nosso lugar de agentes de mudanças e, para isso, se faz necessário nos debruçarmos sobre o tema.

O que é a violência psicológica? Sou capaz de identificá-la? Sou capaz de lutar contra ela, seja por mim ou pelo outro?

Depende de cada um de nós iniciarmos as mudanças que queremos ver refletidas na construção de um mundo melhor para nós e para as futuras gerações. Para isso precisamos de coragem para enfrentar nossos medos e colocar fim à violência, seja ela em que ordem for.

Tendemos a evitar aquilo que nos confronta. Evitamos a luta, a tristeza, a doença, o medo, o escuro. Evitamos tudo que nos assombra, que exige de nós uma força que não sabemos se temos. Evitamos, por não sabermos se sobreviveremos e, com isso, passamos a vida evitando o inevitável, o fim.

Não aprendemos que o fim de algo é a libertação daquilo que nos condiciona. Passamos por ciclos, e esses estabelecem limites: o começo, o meio e o fim. E a vida segue nesse fluxo, simples assim.

Entender e aceitar essa realidade nos liberta e impulsiona a agir. Para recomeçarmos precisamos chegar ao ponto final e, a partir dali, renascermos para todas as possibilidades que essa vida imprevisível nos oferece.

Uma das maiores dádivas que podemos conquistar é a consciência de que somos seres livres nessa vida de infinitas possibilidades.

Com isso, trabalhemos para uma sociedade cada vez mais justa e livre da violência.

Confira a última coluna de Alessandra Bernardes: Quem é você mulher?

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