Alessandra Bernardes
Quem é você mulher?
Para pensar sobre isso, eu te convido a refletir sobre aqueles momentos em que você se desacreditou. Desde um dom negligenciado, um talento subestimado até uma simples tarefa difícil que hesitou em fazer.
Já pensou sobre o quanto o mundo perde por músicas não cantadas, telas em branco e poesias nunca escritas?
Alguma vez se perguntou sobre como o planeta poderia ser um lugar melhor, as empresas mais humanas e, por consequência, mais produtivas, o mercado mais justo, portanto, mais amplo?
Eu, em minhas autorreflexões, concluo e não hesito em dizer que, a crença limitante que acomete a maioria de nós, ecoa no mundo de forma avassaladora, tirando dele coisas incríveis que só poderiam ser geradas pela energia feminina.
Mas então, querida leitora, partindo desse ponto, o ponto em que tomamos consciência do quanto sim, somos capazes de mudar o mundo, nosso entorno e a nós mesmas, o que nos paralisa? O que neutraliza nossa potência de agir? O que nos freia?
A Filosofia, História e Psicologia, entre outras Ciências, têm um vasto repertório de teses e estudos que respondem essa questão de forma profunda e irrefutável. Deixo aqui a dica: se aventure em buscar esse entendimento. Escolha uma via e navegue sobre nossa história, que é linda, por vezes triste, mas reveladora jornada para o autoconhecimento.
Voltando ao ponto da descrença, o fato é que contaram uma história e acreditamos nela.
Algumas inversões convenientes foram sendo instituídas ao longo da História, colando como verdade no inconsciente coletivo. Fortalezas e poderes femininos foram sendo apresentados como fraquezas e loucuras, construindo assim uma versão deturpada da mulher em todas as suas esferas.
A divindade da maternidade foi reduzida ao cárcere da dedicação eterna à prole.
A capacidade intuitiva foi transformada em bruxaria.
A delicadeza substituída por fraqueza.
A resiliência confundida com falta de atitude.
A leveza é considerada como futilidade.
Até mesmo a beleza do corpo feminino foi demonizada e transfigurada em tentação.
Toda essa construção equivocada sobre o feminino impacta diretamente em nossa atuação no mundo e causa um verdadeiro estrago na nossa psique.
É fato que como pessoas temos nossas limitações, mas essas não são questões de gênero e sim um fator humano. Precisamos ressignificar isso, afinal, ninguém fará por nós.
A jornada já começou. Na verdade, sempre houve as que não acreditaram na história que contaram para gente, e se tornaram guerreiras incansáveis, nossas antecessoras, sacerdotisas, rainhas, revolucionárias, feministas e uma horda infinita de benfeitoras da causa feminina.
Agora está em nossas mãos. É o nosso tempo de fazer o que estamos fazendo, diga-se de passagem. Grandes e cada vez mais exemplos da potência feminina. Governantes, CEOs, astronautas, médicas, escritoras, caminhoneiras, vendedoras, Mães, dançarinas, lutadoras de boxe, enfim, tudo que nos cabe e agrada ser, porque sim, podemos ser o que quisermos!
E esse ser o que quisermos é sobre Mulheres sendo, sobre exercer o direito de fazermos tudo que quisermos com nossa alma feminina, se expressando, agindo, falando, rindo, atuando como somos, mulheres.
Por fim, esteja alerta a cada dúvida que lhe assaltar sobre sua capacidade. Não se dobre. Reaja com toda força que tem. Acredite, você pode tudo!
Quem é você? Eu sou MULHER.